Apresentação do livro "A Idade das Trevas" de N.A. Freya
Dia 30 de novembro | 21h00
"A Idade das Trevas"
"Ária, uma jovem ingénua da final da Idade Média, apaixona-se pelo belo aspirante a cavaleiro Eros Bernardo. Eros não só lhe partiu o coração como lhe tirou a virtude. Sentindo-se perdida e condenada, vê-se sujeita a uma vida completamente diferente daquela que desejava. Um retrato da condição da mulher naquele tempo que, mesmo com a dureza da época, não perde o erotismo e interesse.
Um livro intenso, extremamente erótico com uma pitada de romance."
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Sobre o pseudónimo:
N.A. Freya é um pseudónimo para contos eróticos da autora Vânia Silva. Sendo este um tema controverso, a escolha deste nome está relacionado com o sagrado feminino e as Deusas ligadas à sexualidade.
O intuito deste pseudónimo é que seja permitido escrever sem restrições sobre o erotismo. "A Idade das Trevas" é apenas o primeiro livro da autora, tendo outros em mente que são de outras épocas históricas, umas mais recentes do que outras. Este primeiro livro foi de uma aceitação tal que já tem continuação para ser publicada possivelmente no próximo ano.
Excerto:
"Ainda me lembro bem dos seus olhos e do seu sorriso, assim como do seu nome, Eros Bernardo. Um ajudante de cavaleiro que se instalou na aldeia durante um tempo. O facto de não haver muitos jovens na zona contribuiu para a nossa aproximação. Eu não tinha amigos da minha idade, daí o meu interesse crescente por aquele rapaz. Mal trocámos as primeiras palavras, já eu estava completamente rendida aos seus encantos.
Podem dizer-me o quanto fui tola e ingénua. Que não deveria ter cedido. Contudo, eu tinha uma enorme urgência em mudar de vida e não tinha ninguém para me alertar das artimanhas que os homens usavam para conseguirem o que querem. Não existia maldade em mim. A falta de uma mãe e a incapacidade do meu pai em explicar à sua filha os subterfúgios usualmente empregues pelo seu género, levaram a que rapidamente caísse em desgraça.
Foram duas semanas bastante intensas. Eros mostrava ser um rapaz feliz e enérgico, que tagarelava abertamente sobre o seu sonho em tornar-se cavaleiro. Acreditei nele desde o primeiro instante. Contagiou-me com aquele brilho no olhar de cada vez que falava das suas aspirações.
Ele tinha tudo devidamente planeado, como poderia não acontecer? Daí a uns dias, partiria com o seu nobre para a batalha. Precisava demonstrar o seu valor antes de se tornar por fim cavaleiro. Quando tudo terminasse regressaria para mim. Casávamos ali mesmo na aldeia. Seguidamente, levar-me-ia a conhecer a cidade onde iríamos viver. Comprava uma casa com o dinheiro da sua promoção. Um lar tranquilo e confortável para criarmos os nossos filhos. Uma vida totalmente diferente da que tinha tido até então. A vida com que sempre sonhara desde que me lembro de ser gente.
Na véspera da sua partida estivemos juntos. Apenas tinham passado duas semanas, mas parecia que nos conhecíamos desde sempre. O que nutria por ele era tão intenso, que nunca antes o tinha sentido. Estava a ser extremamente doloroso aquela separação. Queria estar com ele todos os minutos, aproveitar cada momento, cada gesto, cada palavra. Não sei quando perdemos o controlo, quando os beijos levaram às caricias, quando as suas mãos começaram a percorrer os botões do meu vestido. Sei que já nada importava, eu era dele e ele era meu. Daí a poucos momentos iríamos casar, iríamos ficar juntos e começar a nossa jornada em comunhão. Era uma questão de tempo.
Foi a noite mais feliz da minha vida. Calei aquela voz, na minha consciência, que me alertava para o risco que estava a correr. Se ele não regressasse para mim, estaria para sempre perdida. Porém, eu tinha certeza que ele voltaria. Ele havia prometido com aqueles olhos penetrantes que fitavam diretamente a minha alma. Nada o iria demover. O seu espírito de cavaleiro era prova mais que suficiente que ele não era homem de voltar atrás com a sua palavra. Tinha plena confiança nele."