Comunidade de Leitores - "Capitãs de Abril"

Será dia 27 de abril, pelas 17h30, que se realizará o Encontro da Comunidade de Leitores, desta feita com a conversa à volta das nossas leituras de "Capitãs de Abril", de Ana Sofia Fonseca. 

 

Neste mês, em que se comemoram os 50 Anos de Abril, muito se tem falado da Revolução dos Cravos. Este livro oferece-nos uma visão muito peculiar sobre o(s) momento(s) chave na preparação do golpe que iria derrubar o Estado Novo, da importância dos pares no feminino que constituíram a retaguarda de apoio, muitio discreta, aos Capitães de Abril. 

 

"O amor colocou-as no centro da revolução que derrubou 50 anos de ditadura em Portugal"

 

Juntem-se a nós!

 

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O amor colocou-as no centro da revolução que derrubou 50 anos* de ditadura em Portugal. E elas cumpriram o seu papel. Em casa, para que a liberdade chegasse à rua. Lutaram nas fileiras da conspiração, dando cobertura a reuniões clandestinas, passando à máquina manifestos, instigando a revolta ou simplesmente "assobiando" para o lado como quem não vê o golpe em marcha. Esta é a história das mulheres dos capitães de Abril.

 

Dina Carvalho foi à guerra, soldado sem bala, com os três filhos à mercê de bombardeamentos. Ateou o mais que pôde o movimento dos capitães. Depois, ajudou Otelo a preparar o plano de operações - ela a tricotar no carro para ele tirar as medidas ao forte de Caxias. Natércia Salgueiro Maia passou a noite de 24 de Abril colada ao rádio. Tantas tardes, ela e Fernando a trautearam Zeca Afonso, e agora a canção como ordem na parada. Pela janela, viu a coluna deixar Santarém. Teresa Alves tremeu a madrugada inteira, não havia cobertores capazes de calarem o frio. A ironia da vida congelava-lhe as entranhas, era filha do Chefe de Estado-Maior da Armada e mulher de um dos líderes do movimento. Aura Costa Martins passou a noite no Mini do namorado, os dois às voltas pela cidade, granadas e uma metralhadora no banco de trás. Gabriela Melo Antunes, menina da fina-flor açoriana, andava nos escritos da PIDE, por comungar "dos ideais" do marido era suspeita. Esta é também a história da única mulher que leu um comunicado do MFA e da mulher que, sem saber, deu nome à revolução, com os seus cravos nos canos das armas.

 

A jornalista Ana Sofia Fonseca, autora de Angola Terra Prometida, conta-nos a revolução dos cravos no feminino, com os seus heróis revelados na intimidade da família. Os momentos decisivos, a última noite, o primeiro dia de liberdade. Num país de homens, as mulheres dos militares de Abril lutaram com as armas que tinham. São personagens de um dos mais importantes acontecimentos do século XX português. Todas elas, cada uma à sua maneira, protagonistas na sombra.

 

In: esferadoslivrosd.pt * Atualizado

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Biografia

Ana Sofia Fonseca, jornalista freelancer, trabalhou na revista Grande Reportagem e no semanário SOL. Tem realizado reportagens para diversos órgãos de comunicação social, como o Expresso, Público, Sábado e Diário Económico. Foi autora de duas rubricas no Expresso. Actualmente colabora com a SIC, onde tem assinado reportagens e documentários. Alguns dos seus trabalhos foram premiados em Portugal e no estrangeiro. Entre outro, recebeu o prémio Gazeta e o prémio Direito Humanos e Integração da UNESCO. Publicou os livros Angola Terra Prometida, editado pela Esfera dos Livros, Barca Velha - Histórias de um vinho e o romance Como Carne em pedra quente.

 

In: wook.pt

"Capitãs de Abril", de Ana Sofia Fonseca.
Nestes 50 Anos de Abril esta foi, sem dúvida, uma excelente leitura sobre a Revolução de Cravos. Esta foi/é a opinião de todos nós. A autora, jornalista, conta-nos o contributo no feminino, muito peculiar e discreto, das companheiras dos Capitães na preparação da madrugada de Abril. Com o foco no feminino, é certo, mas sem esquecer o todo dos intervenientes. As Capitãs, pelo espírito de solidariedade para com os seus companheiros, numa luta comum contra um Regime que as oprimia e descriminava e que mandava os seus para guerra, pela motivação, pela segurança e...pelo amor aos seus Capitães. Fomos partilhando as nossas leituras, tecendo comentários sobre o ontem e o hoje, ditadura, Estado Novo, versus Democracia.

Como habitualmente, intervalámos para provar o bolo confecionado pela Rosário. Um bolo de Abril (como não podia deixar de ser) estava com magnífico de aspeto, mas ainda melhor de sabor! Uma vez mais, muito obrigado Rosário!

Voltamos à nossa conversa que, inevitavelmente, recaiu nas mulheres de Alpiarça, que muito sofreram ao verem os seus entes queridos serem presos, torturados e enviados para uma guerra sem sentido. Foram vários os testemunhos dos presentes, memórias contadas na 1ª pessoa ou vindas das famílias. As prisões sumárias a meio da noite, as "cargas de porrada" (algumas a conduzirem à morte) aplicadas pelos agentes da PIDE ou da GNR, a visita dos familiares à prisão, Peniche, Caxias...as mulheres a terem de suportar a família na ausência dos maridos, o espírito de entreajuda na comunidade alpiarcense. Muita dor, muito sofrimento na luta pela conquista da Liberdade que este ano estamos a comemorar os 50 anos da sua conquista. Que fiquem e perdurem as memórias como garante da Democracia para as gerações futuras.
Muito obrigado a todos! 

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